Tento fazer
de conta, como quando era menina. Fazer de conta que a vida é aquilo que eu
quero, que o sonho é uma parte dessa mesma vida, um prolongamento das horas de
brincadeiras. Faço de conta que não acontece nada que possa magoar. Que as lágrimas
são pequenos diamantes e de tão preciosos, não se conseguem materializar. Faço
de conta porque é mais fácil assim.
Mas agora
não dá para ignorar o vazio que teima em gelar os dias quentes que parecem
finalmente ter trazido o verão. Continuo a sentir frio... o frio da solidão!
Talvez seja
culpa minha viver constantemente neste espaço onde te guardo mas onde nunca
estás.
Quero fazer
de conta que foste finalmente aproveitar a vida e o sol que tanto gostas. Quero
pensar em viagens cheias de aventuras e no eco do teu riso quando olhas
para quem amas e sentir o teu peito encher-se de orgulho por teres
esse teu pequeno mundo nas voltas que a vida dá.
Sim, sem dúvida...
Prefiro fazer de conta que estás feliz e não deixar que os negros
pensamentos que me fazem companhia tragam algum tipo de verdade.
Era
inevitável o afastamento. Somos de mundos diferentes e de tempos
desencontrados. As nossas horas foram felizes quando ainda havia a
possibilidade de nos perdermos nas palavras sem sentidos, nas brincadeiras
loucas de quem ainda se sentia uma criança. Foram felizes os dias de
cumplicidade mas desde o primeiro dia, sabíamos que um dia teriam fim.
A vida
arrasta-nos por caminhos que seguem rumos diferentes e mesmo quando por vezes
se cruzam de novo, o tempo veloz não se digna a parar um pouquinho...Já nos deu
tempo demais.
Por isso
hoje faço de conta que a nossa história de encantar teve um breve intervalo,
para que a personagem principal, o príncipe dos meus sonhos fosse travar mais
uma dura batalha mas que em breve, voltará sorrindo trazendo consigo mil
aventuras por contar, mil amores para partilhar e quem sabe...um beijo terno
para tornar realidade o faz de conta onde prefiro estar!
SonsCalados
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