segunda-feira, 11 de abril de 2016

Quanto tempo?


Não sei quanto tempo passou depois de me ter apercebido que tinha deixado a vida para trás. Quantos foram os momentos que eu perdi só por acreditar que sem ti, não existiria momento algum. Que dias amanheceram para sorrisos que já não soube dar e para outros tantos que não consegui enxergar... Quais foram as noites que me envolveram em sonhos e eu apenas recusei fechar os olhos para não dormir...

Foi um tempo em que a vida apenas passou devagar como uma manhã de nevoeiro em que a única coisa que conseguimos ver, é o nada que nos envolve. E foi nesse nada que me deixei mergulhar, abraçado pelo medo de viver, pela ausência tão sentida que o coração se esqueceu de bater. A saudade foi a manta que me aconchegou nas horas vazias.

Mas o tempo passou e o nevoeiro dissipou-se e por fim libertou a minha mente. A razão tomou as rédeas do coração e obrigou-o a sair da letargia morna onde tudo era a lembrança de ti. Os pensamentos organizaram-se para a dura batalha contra a dor da alma e o coração bateu num compasso mais ligeiro ao descobrir que ainda havia uma esperança.

E hoje o dia amanheceu com essa nova força. Nas veias fervilha o sangue com a expectativa de seguir em frente. Não... não me interpretes mal. Não vou desistir de ti, pelo contrário, hoje vou à luta... Vou procurar-te no fundo das memórias esquecidas, atear fogo às dores, sacudir as lembranças perdidas e partir pelos caminhos que ainda me podem levar a ti...

Cada passo é uma nova luta mas é acompanhado por aquilo que sempre existiu, ainda que o tivesse esquecido... o sentimento. E se voltar a cair nas profundezas do meu desespero, usarei o amor que vive em mim para iluminar a escuridão do meu ser e com essa nova luz, seguirei o caminho até te encontrar de novo...

Não sei quanto tempo passou mas sei que há um tempo onde ainda me esperas!

SonsCalados