quinta-feira, 23 de junho de 2016


Odeio-te

Odeio quando chegas sem mordomias e nem se quer te dignas a cumprimentar-me. Não há beijo meigo no rosto nem beijo doce nos lábios. Chegas de rompante, atiras tudo ao chão e apoderas-te da minha boca como um selvagem. Esmagas a tua boca na minha e invades cada recanto dela como se te pertencesse. Mordes-me os lábios e sugas-me a língua sem me dar espaço para gritar. Odeio sentir a tua língua calar os meus protestos, obrigando-me a segui-la sem dó nem piedade.

Odeio quando os teus braços me prendem a ti que mal consigo respirar quanto mais mexer-me ou pensar em escapar. Envolves-me com fúria dobrando-me as costas para trás para melhor me segurar. Agarras-me pelos cabelos e puxas-me ainda mais para trás para que sejam eliminados todos os espaços entre ambos. Odeio ficar presa nessa armadilha montada pelo teu corpo.

Odeio quando desvairado me dobras em cima da mesa da sala e sem pedir licença baixas-me a roupa para logo de seguida sentir teus dedos ágeis entrar em mim. Odeio ainda mais sentir que o meu corpo já está preparado para te sentir e ouço tua risada de contentamento ao sentir nos teus dedos todas a minha humidade. Não perdes tempo em fazer contas e vais introduzindo um de cada vez até me deixar sem fôlego ou a capacidade de te contrariar. Odeio mostrar-te o quanto isso me afeta e como o meu corpo se balança em direção aos teus dedos.

Odeio quando te sinto grande e duro encostado às minhas nádegas pronto para tomar o lugar dos teus dedos. Sinto-te molhado e ameaçando a minha vontade a negar-te. A tua boca morde-me o pescoço mas não me deixas mexer mantendo-me presa por baixo te ti pelo teu corpo. A tua língua passeia-se pela pele dos ombros e arrepio-me. Odeio este sentido que te dá ainda mais tesão.

Odeio quando sem pré-aviso me penetras com brusquidão. Quando sinto teu sexo latejar dentro de mim em cada entrada. Ainda tento impedir que vás mais fundo mas só conheces um sentido...sempre mais para dentro. Sinto que desapareces por completo, engolido pelo meu corpo que se abre cada vez mais para te acolher. Odeio sentir-me tão exposta e tão pronta para ti.

Odeio cada movimento que exerces atrás de mim sem te importares do que sinto. Esse vaivém que não para e que vai ganhando cada vez mais uma velocidade alucinante. Odeio sentir o teu corpo quando embate violentamente contra o meu sempre que te enterras mais um pouco em mim. Não consigo reter os gemidos e por isso odeio ainda mais o teu riso de satisfação por me fazeres reagir.

Odeio quando nessa velocidade louca, de repente, paras e deixas-me na expectativa do que virá a seguir. Não suporto esse compasso de espera em que o teu dilema é continuar ou provocar outros lados tão apetecíveis. Odeio a pressão que faço em direção ao teu sexo duro pedindo para agir em vez de pensar.

Odeio quando consumido pelo tesão e na chegada iminente de um orgasmo, optas por ignorar-me e investes com mais força. Sinto-te cada vez mais grande, preenchendo-me por inteira. Já não há espaço nem tempo. Apenas o sexo violento que me rasga os sentidos. Odeio quando gritas o teu prazer ao meu ouvido e quando acho que vais parar, contínuas dentro de mim controlando o meu corpo. E odeio quando quente e cheia do teu orgasmo, numa última investida mais fundo ainda, o meu corpo explode em mil pedaços envolvendo e pressionando o teu sexo num prazer impossível de conter.

Odeio-te por tudo isso mas odeio-te ainda mais por me deixares com vontade de mais e mais...

SonsCalados